Na manhã da sexta-feira, 26, foi realizada uma missa em sufrágio às vítimas da segunda guerra mundial em Sergipe na igreja do Hospital Amparo de Maria em Estância/SE. A cerimônia religiosa foi
Celebrada pelo sacerdote Elesandro Mendonça Souza. Durante a cerimônia, foi exibido um vídeo com o nome das 607 pessoas que estavam na embarcação torpedeada em águas brasileiras.
O diretor do HAM, Max Carvalho lembrou que o submarino U-507 atingiu cinco navios em agosto de 1942, deixando um saldo de 607 passageiros. " Hoje é um dia emblemático não apenas na historia do Hospital Amparo de Maria, mas no contexto mundial, já que estamos rememorando as vitimas do torpedeamento na costa sergipana que acabou vitimando 607 pessoas, fato que acabou ensejando o Brasil na segunda guerra Mundial. Um momento triste na história de Sergipe e no mundo’’.ressaltou o diretor..
Max Carvalho , disse que hoje é um dia em que o hospital recebe uma homenagem por ter sido protagonista no atendimento a essas vítimas através dos médicos na época, Dr. Jessé Fontes, Dr. Pedro Soares e Dr. Clovis Franco, as irmãs e toda equipe de enfermeiros que foram verdadeiros heróis no atendimento a essas vitimas’’, pontuou Max Carvalho.
Segundo a Secretária de Cultura e Turismo de Estância, Lidiane Nobre, rememorar os 80 anos dos torpedeamentos na costa sergipana, mais precisamente a participação de Estância no acontecimento,
é um fator necessário para a perpetuação da história. "Estância amparou e acolheu as vítimas desse momento que marca o país na Segunda Guerra Mundial. A Prefeitura Municipal e a Secretaria de Cultura e Turismo relembram o fato como um ponto a ser aprofundado em pesquisas e ressalta o papel da cidade de Estância em relação a memória do povo sergipano", ressaltou Lidiane.
O padre Elesandro Mendonca Souza, observou que celebrar essa Missa pelo navio Baependi, torpedeado em
15 de Agosto de 1942, é motivo de render graças a Deus, e se solidarizar, rezar e registrar na história, essas pessoas que tiveram suas vidas ceifadas na Segunda Guerra Mundial. "Graças a família do Hospital Amparo de Maria, essas pessoas tiveram seus sofrimentos amenizados e foram amparadas por outras pessoas que se tornaram os braços e o amparo de Deus para esses necessitados”, atentou o padre.
A historiadora Cacilda Messias explicou que conheceu essa história através de sua avó Dona Fiinha, que era pescadora em Mangue Seco. "Em uma dessas noites, a praia estava tomada por destroços e por alguns sobreviventes que ela ajudou nos primeiros socorros. "Passei a vida buscando documentos e recentemente fiz o documentário "Memórias de Agosto Sangrento".
Tomei contato mais de perto com a história e sua importância no contexto de Nordeste do Brasil e do mundo. Hoje estamos participando dessa missa. Aqui é um lugar onde a história aconteceu" concluiu a historiadora.
O historiador Luiz Antônio Pinto Cruz, contou que os náufragos chegaram na praia e as populações ribeirinhas e costeiras, tanto da Bahia quanto a da barra de Estância, resgataram as pessoas, deram alimentação e providenciaram canoas para chegarem até o porto de areia. Como muitos estavam feridos, foi a vez do Amparo de Maria receber os náufragos. "No grupo de 29 pessoas, havia apenas uma mulher, Vilma Castelo Branco. Ela tinha corte no rosto, queimadura, escoriações e ferimentos. Os enfermeiros e médicos do HAM, deram todo tratamento", esclareceu Antônio Cruz.
Presenças
Presentes no evento o diretor presidente do HAM, Max Carvalho, a secretaria de Cultura e Turismo, Lidiane de Souza Nobre, o secretário Adjunto, Allan Alberto, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Tiago Menezes Siqueira, a pesquisadora é cineasta Cacilda Messias de Jesus Santiago, o Historiador Luiz Antônio
Pinto Cruz, a historiadora Roberta da Silva Rosa, o secretário da Defesa Social e Cidadania, José Enilson Aragão.
