O Hospital Amparo de Maria está desenvolvendo um projeto de saúde mental voltado para mulheres que se tornaram mães e apresentam sintomas de depressão pós-parto. Quem fala do tema é a psicóloga Flor Teixeira, responsável pelo desenvolvimento da ação.
Ela explica que a gravidez pode ser compreendida como um momento de importantes mudanças na vida da mulher, perpassado por afetos, fantasias e expectativas com relação ao parto e ao bebê. “Sobreviver ao puerpério é o nosso primeiro desafio. Cada gestação carrega uma história anterior a ela. É a partir da compreensão que cada mulher carrega da maternidade, que surge o projeto “AMPAROMULHER”, que tem por objetivo cuidar da saúde mental da mulher. Neste momento, tão singular, por meio de atividades pontuais realizadas pela equipe de Psicologia”, esclarece Flor.
A psicóloga observa que o projeto pretende inserir na maternidade, um espaço de escuta
terapêutica fixo para auxiliar no momento pós-parto, propagar orientações e informações
sobre a saúde mental da mulher e de toda a família, além de viabilizar ações assistencialistas que também se fazem necessárias neste cenário. “Inicialmente, as atividades são realizadas mensalmente na quinta feira pela manhã, com as mulheres que estão na maternidade”, informa.
A profissional de saúde cita a importância do projeto para mães que apresentam quadro de depressão. Ela explica que a dor do parto quem sente é a mãe, mas a pergunta principal é se o bebê está bem nesse cenário.
“O período de instabilidade emocional iniciado na gestação se estende ao
puerpério e além das modificações biológicas, há uma mudança na rotina e no relacionamento familiar, principalmente em virtude da mudança do papel social assumido por esta nova mulher.
Após o parto, o bebê torna-se o principal foco, não apenas da família, mas também da própria maternidade que volta todos os cuidados para ele. Este esquecimento da mãe, deixa-a desamparada, propiciando ansiedade e outros sofrimentos”, explica a psicóloga.
Rede
Flor certifica que a rede de apoio é a principal estratégia de proteção à maternidade. Além do apoio instrumental, há também o afetivo, fornecendo encorajamento para que a mulher se sinta autorizada em sua função materna. A principal vertente de trabalho do setor de psicologia é oferecer um espaço de escuta terapêutica individual e em grupo para acolher as mulheres e seus acompanhantes. Essa é uma oportunidade para compartilhar ajuda, carinho, abraço e muita conversa”, ressalta.
depressão pós parto
A depressão pós-parto pode ser conceituada como um espectro. Os sintomas podem incluir ansiedade, choro, apetite diminuído, exaustão, perda de interesse nas atividades habituais, mudanças de humor, tristeza, problemas no sono e preocupação.