O Hospital Amparo de Maria, visando incentivar a campanha voltada para o Dezembro Vermelho, mês voltado ao combate do HIV/AIDS, entrevistou o infectologista da Secretária de Estado da Saúde (SES), Marco Aurélio Góes. Em sua fala, o médico destaca a necessidade crucial da prevenção combinada, reconhecendo a singularidade de cada indivíduo. Ele enfatiza que, além do tradicional preservativo, a abordagem preventiva inclui testes regulares para diagnóstico precoce do HIV.
O médico ressalta a importância de iniciar o tratamento precocemente, alcançando a carga viral indetectável e, consequentemente, interrompendo a transmissão do vírus. Góes também destaca avanços notáveis, como a Profilaxia Pós-Exposição — PEP, para situações de possível contágio e a acessibilidade no Sistema Único de Saúde (SUS), oferecendo opções flexíveis. Além disso, ele menciona o promissor desenvolvimento futuro da PREP injetável, que promete expandir ainda mais as alternativas eficazes de prevenção.
Marco Aurélio observou que durante o mês de dezembro, diversas organizações e comunidades ao redor do mundo se unem para destacar a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do apoio às pessoas afetadas pelo vírus. “A cor vermelha simboliza a solidariedade e a luta contra o estigma associado ao HIV/AIDS, através de eventos educativos e programas de teste. O Dezembro Vermelho busca promover o entendimento e combater a discriminação, promovendo uma sociedade mais informada e solidária em relação a essa condição de saúde global”, disse o infectologista.
Prevenção
O médico enfatizou ainda, que quando se fala em prevenção, não é feita referência a apenas um método. “No passado, o único método de prevenção era o uso do preservativo e quando esse falhava, havia o risco da infecção. Hoje trabalhamos com a prevenção combinada, porque sabemos que cada pessoa é diferente e precisamos ter várias opções de prevenção para que uma se encaixe no seu jeito de ser, no seu estilo de vida”, atentou o especialista.
Ele lembrou o preservativo é uma das melhores maneiras de prevenção do HIV, porque previne gestação e também outras doenças infecciosas transmissíveis sexualmente. O médico pontuou que é preciso impedir que o vírus entre em contato com as mucosas. “Mas essa não é a única forma de prevenção. É preciso descobrir quem está infectado, fazer teste rápido e detectar a presença ou não do vírus”, destacou Marco Aurélio.
O infectologista alerta que se alguém tem uma grande exposição sexual, é fundamental, fazer o teste periodicamente, porque quando se diagnostica o HIV, cedo, e começa logo o tratamento, a carga viral fica indetectável e a pessoa não transmite mais o HIV. “Então, testar e tratar cedo, também é uma forma de prevenção do HIV. E aí temos as outras grandes novidades na que como a PEP, que está entre nós há mais tempo que a profilaxia após a exposição”, explicou o médico.
Acidente — Ele exemplificou que se alguém teve uma possível exposição ao HIV, pode ter sido no trabalho. “Caso essa pessoa seja um profissional de saúde, que se acidentou com uma pessoa infectada pelo HIV, ela pode fazer uma profilaxia pós exposição. Vou me testar para ver se eu não tenho o vírus. Se eu não tiver, vou tratar por 28 dias, usando um medicamento anti retroviral”, explicou Marco Aurélio. Outra forma de prevenção, segundo ele, é tomar o medicamento poucas horas antes da relação sexual e por 24 horas.