19 de Junho é reconhecido como o Dia Mundial de Conscientização da Doença Falciforme. A data tem como objetivo dar visibilidade e reduzir as taxas de morbidade e mortalidade pela doença. Nesse sentido, a nutricionista do Hospital Amparo de Maria (HAM), Jacilete Santos Lima, explica como identificar a anemia, a causa e os tipos de alimentos que podem ser ingeridos por quem apresenta a doença.
Jacilete explica que a anemia falciforme pode ser diagnosticada através de exames de sangue, como o hemograma. Se nele houver grandes alterações, é iniciada a investigação para identificar a causa da anemia.
“Ela pode ser diagnosticada através do teste do pezinho, feito nas primeiras semanas de vida do bebê. E para os casos de suspeita em crianças acima de quatro meses e/ou adultos, o diagnóstico pode ser feito através do testes de afoiçamento da mancha e da eletroforese de hemoglobina”, esclareceu a nutricionista.
Ele explicou que a anemia falciforme é uma doença hereditária, causada por uma mutação na hemoglobina e hemácias em formato de foice.
Os principais sintomas, conforme esclareceu são: infecção de repetição, úlceras e feridas, palidez, icterícia, crises de dor em qualquer parte do corpo, além de alteração no funcionamento dos rins, pulmão, coração e o aparecimento de pedras nas vesículas. “A anemia falciforme é causada por um defeito genético que resulta em síntese defeituosa de hemoglobina e hemácias em forma de foice, havendo privação de oxigênio”, disse Jacilete.
A nutricionista disse ainda que as pessoas devem ingerir alimentos folhosos verdes escuros, como couve, brócolis, espinafre e rúcula, que são ricos em ácido fólico e contém mineral importante para a produção das células do sangue. Os sucos de laranja, goiaba, acerola e caju, também são importantes, por serem fontes de vitamina C, mas devem ser consumidos longe do almoço e do jantar desses pacientes.
Jacilete ressaltou que ingestão de água é importante, já que a hidratação adequada desses pacientes é fundamental para o tratamento dessa anemia. “O ideal é que sejam consumidos, no mínimo, 10 copos de 200ml de líquido/dia, o que ajuda a minimizar ou mesmo evitar as crises de dor”, ressaltou a nutricionista. Ela atentou que caso a paciente realize atividade física ou apresente febre ou calor excessivo é necessário aumentar para três a cinco litros de água por dia. “A ingestão de água torna o sangue menos viscoso e melhora a circulação”, pontuou a nutricionista.
EVITAR Devem ser evitadas bebidas alcoólicas, carne vermelha, fígado e alimentos gordurosos. Também o consumo de alimentos fontes de vitamina C perto do almoço e jantar, não são aconselhados.
RECOMENDAÇÕES
Consumir alimentos com alto teor de ácido fólico, como folhosos (de preferência crus), iogurte, peixe, passas, abacaxi, aveia;
Ingerir alimentos com alto teor de vitamina C, como laranja, goiaba, caju, acerola, açaí, mas evitando-os durante as principais refeições (almoço e jantar);
Estimular a ingestão de chá mate ou chá preto, café após as principais refeições; utilizar verduras, frutas, leguminosas, leites e carnes; preferir carnes brancas: peixes e frango
Excluir alimentos com alto teor de ferro, como fígado, miúdos, fórmulas enriquecidas com ferro;
Não tomar medicamentos que contenham ferro sem conversar com profissional de saúde.
SINTOMAS
• Dores fortes (provocada pela falta de oxigenação no sangue);
• Fadiga intensa;
• Atraso no crescimento;
• Dores articulares;
• Feridas nas pernas;
• Palidez e icterícia;
• Atraso no crescimento.