O suicídio é um dos grandes temores da sociedade. Nesse sentido, a campanha Setembro Amarelo, visa conscientizar a população, sobre esse grave problema orientando para as formas de evitá-lo. O Hospital Amparo de Maria, sempre visando o bem de seus pacientes e colaboradores, convidou a psicóloga, Rosa Costanza, para falar sobre o tema.
"Essa é uma campanha de extrema importância, uma vez que o suicídio se tornou um grave problema de saúde pública e que muitas vezes, pode ser evitado. Quando entendemos que o suicídio é uma realidade e que pode afetar pessoas ao nosso redor, fica claro que é fundamental conversarmos a respeito", disse Rosa.
Ela atentou que um dos pontos mais importantes do Setembro Amarelo é ressaltar todos os problemas ligados a saúde mental por medida de prevenção. "É importante envolver profissionais de todas as áreas. Hoje não podemos desvincular a saúde mental da saúde física, achando que a física tem mais importância do que a outra.
Ambas estão interligadas", observou a psicóloga.
Rosa deixou claro, que é urgente falar sobre o suicídio, enfatizar, ressaltar, prevenir, promover campanhas, debates, tudo que for possível. "É preciso chamar a atenção das famílias, das instituições para a questão da saúde mental que devem favorecer a campanha contra o suicídio, disse a profissional de saúde.
A psicóloga esclareceu que na atualidade, o índice de pessoas que se suicidam é maior que o de pessoas que morrem em guerras e homicídios. "Um estudo da Organização Mundial de Saúde, aponta que em 10 casos de suicídio, nove poderiam ser evitados. Esse tema, precisa deixar de ser um tabu. A maioria fala cochichando, como se fosse uma vergonha. É preciso perceber que as pessoas estão morrendo, porque tem vergonha de dizer que sofrem", alertou Rosa.
Ela pontuou que o problema do suicídio não é só de saúde mental. "Há alguns anos, desde 2015, existe um forte apelo para que a saúde pública também se envolva. Não tem sido um trabalho fácil, a sociedade acha que o problema está ligado a uma certa fraqueza de personalidade", lamentou. Ela atentou que uma das formas de se preocupar com pessoas que estão pensando em suicídio é observar se elas estão com dificuldade de se relacionar com pessoas, famílias, amigos.
Riscos
Os fatores que podem levar alguém a considerar o suicídio como opção, podem ser de ordem emocional, social ou médica, como a depressão. "Em geral, a pessoa se enxerga em uma situação de muita dor e sofrimento, na qual ela não consegue achar uma saída, vendo no suicídio a única opção. Nas últimas décadas, observou-se o crescimento ininterrupto dos casos de suicídios no Brasil. Os números são especialmente preocupantes entre jovens. Em um período de 28 anos, houve um aumento de 30% nos casos de suicídio nessa população. A taxa é maior do que a média das outras faixas etárias", Informou a psicóloga.
Faixa etária - Sobre o aumento da tendência de suicídio o maior índice prevalece entre adolescentes e jovens de 10 a 19 anos.
A psicóloga alertou que pessoas com histórico de depressão ou tentativa de suicídio, devem ter atenção redobrada de seus familiares. Ela disse ainda, que para evitar o suicídio nas famílias o círculo afetivo tem de exercer papel fundamental, agindo como agente de apoio, encorajamento e fortalecimento emocional. É preciso, em alguns casos, se contar com apoio especializado, visando fortalecer essa pessoa. É preciso lembrar que os sintomas nem sempre são visíveis, muitas vezes são silenciosos", alertou Rosa Costanza.
Ajuda
Para obter ajuda a pessoa que pensa em tirar a própria vida pode procurar o Centro de Valorização da Vida - CVV, que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, 24 horas todos os dias, pelo telefone 188. Em Sergipe, o CVV atende das 7h às 22h, todos os dias, inclusive domingos e feriados, pelo telefone (79)3213-7601.
